Pelo quarto ano consecutivo, o escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia firmou parceria com o banco UBS para a realização de duas edições do evento “Cenário Político e Econômico para o 2º semestre de 2024 e 2025: Riscos e Oportunidades”. No dia 12 de junho, o encontro aconteceu em Ribeirão Preto e, no dia 14, em Goiânia.
Em Ribeirão Preto, o sócio-advogado e diretor executivo, Evandro Grili deu boas-vindas aos participantes e apresentou os convidados: o estrategista-chefe do UBS, Ronaldo Patah e a diretora assessora de clientes do banco, Isadora Ramos.
Nos dois encontros realizados, Ronaldo Patah apresentou uma abordagem de tópicos que podem influenciar a economia brasileira nos próximos meses, entre eles, as eleições dos EUA (que acontece neste ano), a crise do mercado imobiliário da China, questões climáticas, a Reforma Tributária brasileira e outros enfoques.
O estrategista iniciou sua fala analisando a macroeconomia e explicou os impactos no Brasil da situação vivida pelos EUA em ano de eleição. “O que mais tem afetado o mundo dos investimentos é a taxa alta de juros nos Estados Unidos. Essa é a variável mais importante do mundo”, comentou. A taxa mencionada está atualmente em torno de 5,5%, uma alta histórica no país. Segundo ele, isso ocorre porque, durante a pandemia, o mundo vivenciou um forte surto inflacionário, atingindo 9% nos EUA em 2022, por exemplo.
No entanto, Ronaldo Patah lembrou que a inflação de maio veio mais baixa do que a esperada, em direção dos 2% – ainda acima dos 3% previstos para o mês. “Essa taxa de 5,5% só vai começar a cair quando o Banco Central dos EUA estiver mais confortável”, explicou Patah. Ele ainda expôs que, durante os primeiros meses de 2024, os juros estavam altos para os consumidores estadunidenses por dois motivos principais: o mercado de trabalho apertado – com a baixa taxa de desemprego a 4% – e o fortalecimento da moeda norte-americana.
O palestrante sinalizou ainda que o mercado nacional enfrenta dificuldades nas contratações, também impactadas pela pandemia, já que muitas pessoas perceberam que, em alguns casos, sair para trabalhar acaba saindo mais caro, além do crescimento do trabalho informal pela internet ter crescido durante a quarentena vivida entre 2020 e 2022. “A falta de mão de obra tornou-se crônica. Está acontecendo na Europa e aqui no Brasil”, pontuou. Esse processo, segundo ele, faz com que os salários aumentem, uma vez que as empresas não querem perder seus funcionários, “o que aumenta a propensão das pessoas a pagarem mais caro por produtos ou serviços”, acrescenta.
Moeda forte e zero riscos
Outro fator que Ronaldo Patah destacou é a constante alta do dólar, resultado da grande demanda pelos títulos do Tesouro Americano, já que o país é considerado um dos investimentos mais seguros. “Hoje, a taxa do título americano de 10 anos está em 4,5%, em média. Se você investir nessa área, terá 50% a mais do que quando você investiu”, explicou. Isso, na visão dele, retira o dinheiro das bolsas e outros investimentos, contribuindo para o aumento de juros.
“Se der tudo certo, essa taxa de juros deve cair só em setembro. Com a inflação de maio menor, ela deve cair a cada três meses e chegar à taxa de 3,5%”, revelou Patah, acrescentando que essa situação seria o ideal para o Brasil e a outros países emergentes, já que o dólar americano deixaria de valorizar.
China
A crise econômica relacionada ao mercado imobiliário da China ainda não contagiou os bancos locais, como pontuou Ronaldo Patah. “Essa queda no investimento chinês não nos afeta”, completou.
Situação brasileira
Patah revelou que a situação brasileira caminha também para um aumento nos juros, devido ao impacto das enchentes no Rio Grande do Sul. “O balanço de maio já veio mais alto, por conta do impacto das chuvas na produção de alimentos no Sul, o que também atrapalha o corte de juros. Além da alta na área de serviços, agravada com a falta de mão de obra”, acrescentou.
Reforma Tributária
O assunto mais relevante e impactante no cenário político e econômico do Brasil para o segundo semestre de 2024 e em 2025 ficou a cargo dos advogados tributaristas e sócios de Brasil Salomão e Matthes. Em Ribeirão Preto, o advogado Rodrigo Forcenette foi responsável por apresentar os principais impactos da reforma da reforma tributária e, em Goiânia, Klaus Eduardo Rodrigues Marques complementou a abordagem com sua visão sobre as possíveis mudanças.